Nova Lei de Criptomoedas: Segurança Falsa, Inovação Ameaçada
Na sexta-feira, o Sejm aprovou a Lei sobre o mercado de criptoativos e casas de câmbio online, cujo principal objetivo era implementar a regulamentação da UE MicaO objetivo era regular o mercado, aumentar a segurança dos investidores e criar regras operacionais previsíveis para as empresas. Infelizmente, as regulamentações adotadas vão muito além da estrutura estabelecida pela União Europeia e — em vez de fortalecer o mercado — podem levar ao seu enfraquecimento e a uma saída maciça de inovação da Polônia.
Desde o início, defendemos que a MiCA fosse implementada de forma proporcional e competitiva. A Polônia teve a oportunidade de adotar regulamentações consistentes com o espírito da regulamentação: proteger os investidores e, ao mesmo tempo, permitir o desenvolvimento da inovação e a atração de capital. No entanto, a lei adotada acrescenta novas barreiras – introduzindo procedimentos de licenciamento extensos, sanções muito severas e amplos poderes de supervisão para o regulador. Este é um passo em direção ao excesso de regulamentação em vez da ordem de mercado. - ele comenta Sławek Zawadzki, co-CEO da Kanga Exchange.
Nova lei: mais burocracia e risco para empreendedores
De acordo com a Lei, a supervisão do mercado de criptoativos incluirá Autoridade de Supervisão Financeira PolacaA Autoridade Polonesa de Supervisão Financeira (KNF) terá poderes, entre outras coisas, para bloquear as atividades de empresas, inscrevendo-as no registro de domínios fraudulentos sem recurso imediato e efetivo. Operar sem licença ou emitir tokens acarreta penalidades de até 10 milhões de zlotys e até dois anos de prisão. Isso é agravado por centenas de páginas de requisitos e regulamentos de licenciamento, enquanto em muitos países da UE o processo de registro é muito mais simples.
As regulamentações devem gerar confiança e segurança para os usuários, mas não devem, ao mesmo tempo, dissuadir empreendedores e investidores. Requisitos tão abrangentes podem levar empresas polonesas a se deslocarem para o exterior, e players globais podem simplesmente "passportar" licenças de outros países sem, de fato, estarem presentes na Polônia. Como resultado, perderemos empregos, impostos e know-how, e os investidores usarão plataformas estrangeiras, muitas vezes menos supervisionadas. – avisa Zawadzki.
Segurança do Cliente: O Paradoxo da Regulamentação Restritiva
O objetivo declarado da lei é fortalecer a proteção ao consumidor. No entanto, a complicação excessiva dos procedimentos e o aumento dos custos operacionais podem ter o efeito oposto. Os usuários, desencorajados pela oferta limitada de empresas nacionais ou pelos custos mais altos, começarão a utilizar serviços estrangeiros sobre os quais os reguladores poloneses não têm controle real.
Em vez de construir um mercado onde os investidores poloneses possam operar com segurança e legalidade, corremos o risco de transferi-lo para entidades estrangeiras menos transparentes. Isso não aumentará a segurança — muito pelo contrário. – enfatiza Zawadzki.
Uma oportunidade perdida para um centro europeu de inovação
A Polónia tem um dos mercados de criptomoedas com desenvolvimento mais dinâmico da região, uma extensa rede de pontos de entrada e saída (locais que facilitam a transição entre dinheiro e kryptowalutami), além de uma grande comunidade de usuários – segundo pesquisas, até 18% dos poloneses já tiveram contato com criptoativos. Uma legislação amigável e previsível poderia fortalecer essa vantagem e atrair players internacionais.
Temos potencial para ser um grande polo de tecnologia blockchain na Europa. Infelizmente, as regulamentações aprovadas aumentam a incerteza e o risco de operar na Polônia. Se quisermos desenvolver uma economia digital moderna, precisamos de regulamentações que não apenas protejam os investidores, mas também incentivem os inovadores a construir seus negócios aqui. – diz Zawadzki.
Diálogo em vez de um efeito assustador
Há muitos meses, o setor vem clamando por diálogo e apoio para a criação de regulamentações que, por um lado, ofereçam segurança aos investidores e, por outro, possibilitem o desenvolvimento de serviços financeiros modernos. Entretanto, a lei adotada pode desencadear o chamado "efeito inibidor" – em vez de atrair capital e desenvolvimento, desencorajará empreendedores de fazer negócios na Polônia.
Autor: Kanga Exchange
